NABABOS E SICÁRIOS

A democracia – dos étimos gregos demos (povo) + kratos (poder) – é um regime político em que participam indirectamente todos os cidadãos, elegendo através do voto os seus representantes nos poderes executivo e legislativo. Mas reduzir a democracia ao direito de votar torna este regime demasiado redutor e desresponsabilizador.

Nababos e Sicários constitui um acto de intervenção na democracia em que urge o escrutínio permanente, a liberdade inatacável, a transparência absoluta, a verdade incontestável e a igualdade de direitos e deveres reconhecida a todos os cidadãos. A estes valores se devem submeter os diversos poderes, a imprensa livre, a opinião pública, as associações, as corporações e todas as formas públicas de vivência democrática. A crítica, o escrutínio público, a intervenção social através dos media, dos livros e das redes sociais são absolutamente essenciais para aperfeiçoar este regime político, considerado o melhor, apesar dos defeitos reconhecidos.

Nababos e Sicários encerra crónicas mordazes, umas de denúncia de situações e personalidades que subverteram a democracia em proveito próprio, de forma ostensiva ou velada: na política, na banca, nos organismos públicos, nos media, nas corporações, nos sindicatos e nas associações; outras de intervenção social, política e histórica que visam, na óptica do autor, esclarecer ou comentar, contundentemente, acontecimentos nacionais e internacionais.

Nababos e Sicários insere-se no apreciável e patriótico dever de denúncia de situações adiáfanas nos serviços e instituições públicos; de descoberta da incompetência; de publicitação de comportamentos anquilosados dos que governam ou ocupam lugares públicos; de divulgação pública dos que enriquecem ilegitimamente, roubam em vez de proteger, corrompem em vez de defender e se servem de bens da República, gerindo-os mal ou utilizando-os em proveito próprio.