Algumas páginas atrás dei-me ao trabalho de comentar que uma obra de arte começa quando o artista a concebe na sua cabeça, começa quando o artista idealiza a obra. Fisicamente, materialmente, ainda não há nada. A primeira fase de muitas criações e descobertas não se iniciou nas experiências de laboratório, com uma sequência de sucessos, fracassos e sucessos, mas partiram de uma ideia, de um “click”, da pura imaginação.
E actualmente, o próprio processo de fabrico da maioria dos componentes, edifícios, etc, que enchem o nosso mundo, começa por ser uma ideia inscrita em desenhos, muitas vezes até uma ideia quase virtual, num ecrã de computador.
A nossa imaginação é mais fértil que as nossas mãos, não está amarrada à morosidade dos processos de fabrico, ao tempo sempre longo mas sempre necessário para edificar uma ponte, por exemplo; não necessita esperar pacientemente que o betão solidifique ou uma estrutura ou máquina seja lentamente montada; não pára quando há um problema ou acidente no transporte dos materiais.